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Foto do escritorSilvia Cristina Caseiro

Mulher com Mulher nas Danças de Salão Sim!

Por mais mulheres condutoras e conduzidas. Nós gostamos de dançar com homens, mas não precisamos deles Existe o Dia Internacional da Mulher porque os homens sempre estiveram em uma posição de privilégio na sociedade, inclusive nas danças a dois. E não adianta só comemorar e fingir que está tudo bem, precisamos de algumas mudanças. ::

E aqui vai, mais uma vez, parte da minha experiência como aluna, bolsista, professora e depois proprietária de escola de dança, que hoje acredita que não precisamos de homens nem para aprender, nem para ensinar, gostamos, o que é bem diferente. ::

Aluna Quando comecei como aluna em 2005 eu tinha uma visão romântica das danças de salão... e sim, no meu imaginário dançar junto era homem e mulher...ele conduzia e eu apenas "era levada". Mas eu não conhecia a realidade do mundo das danças a dois. Nossa luta: começar a entender que nós mulheres podemos sim aprender a dançar sozinhas a nossa parte, aprender sobre a música e a consciência corporal, inclusive aprender condução. :: Bolsista Quando enxerguei a oportunidade de trabalhar com as danças de salão, atividade da qual eu era apaixonada, procurei algumas escolas de dança para ser bolsista, principalmente aquelas que tinham algo parecido com um "plano de carreira" para que eu me tornasse professora. Foi aqui que comecei a perceber a diferença de privilégios entre homens e mulheres.

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Fiz testes em algumas academias e uma delas me chamou a atenção o número de candidatas mulheres, em torno de 100, e o número de homens, em torno de 20....Resultado, todos os homens passaram no teste, todos....elegeram em torno de 50 mulheres...

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Muitos homens se aproveitam desses privilégios, atuando como bolsistas em 2 ou 3 escolas de dança e assumindo posições de destaque para assim poder “escolher” as “melhores” dançarinas no salão ou na carreira. Nada contra buscar destaque, mas os homens têm esse privilegio não só na dança como na sociedade... Nossa luta: e nós mulheres precisamos aprender a questionar o que não é justo, e agir de acordo, dando o devido valor às pessoas que também nos valorizam no meio da dança. Tudo começa pelo pensamento de que, gostamos de dançar com os homens, mas não precisamos deles

:: Poucos homens querem aprender Sim, ainda são poucos os homens que se interessam pelas danças a dois, que é uma atividade, um interesse, considerado "feminino demais" pelos machistas. Mas aquele que se interessa, tem facilidade de aprendizado corporal e não é tímido, goza de privilégios sim.... Nossa luta: é entender que se os homens não querem nos acompanhar nas aulas podemos ir sozinhas e dançar com outras pessoas, inclusive valorizando condutoras mulheres. :: Professora Aqui começa outra luta, na ilusão de trazer mais homens para a dança aprendi a dar aula primeiro da parte masculina, depois a feminina da dança. E hoje sei fazer os dois lados... Mas tive que lidar com os homens dessa vez.... muitos deles descomprometidos com o aprendizado de algo que é tão especial para as mulheres....Foi difícil ter que quase implorar para que homens (maridos, primos, irmãos, amigos e até bolsistas) aprendessem a dançar com as alunas... e dar conta de sempre ter em sala de aula mais mulheres do que homens. E infelizmente algumas mulheres já se recusaram a ter aula comigo (professora mulher) porque queriam dançar apenas com homens... Nossa luta: que mais mulheres possam se tornar professoras condutoras, e que as mulheres alunas valorizem esse trabalho, assim como valorizam o dos homens. :: Proprietária de Escola Como sócia e proprietária de escola sempre tive que dar mais descontos para homens que queriam aprender, e sempre dar conta de ter bolsistas homens para dançar com as mulheres que queriam fazer aula... Fora isso, demorou para eu sentir que conseguiria tocar uma escola de dança de salão sozinha... sempre tive a sensação de que escolas de dança com proprietários homens davam mais certo, atraíam mais mulheres... Nossa luta: tratar os homens de maneira igual as mulheres na cobrança de mensalidades, educar nossas mulheres para não dependerem de bolsistas homens, contratar mais mulheres para compor os cenários de escolas

:: Pandemia: Aqui com todas as escolas de dança fechadas. Comecei a dar aulas online... e percebi que tinha errado em muitos momentos com as alunas mulheres porque não ensinei a elas independência na dança, que na prática significa equilíbrio para dançar sozinha....independência de fazer a sua parte sem se pendurar no outro... independência para entender que você pode ter uma dança boa tanto com homem como com uma mulher...algo que é o foco principal do meu trabalho hoje... :: Outra coisa que fiz foi me informar muito...essa Pandemia representou na minha visão uma janela para o mundo feminino... e o quanto somos auto suficientes em tudo na vida...menos nas danças a dois... Nossa luta: e agora, depois de 1 ano, muito estudo e informação percebo que não temos que implorar para homens dançarem conosco. Temos que acolher aqueles que quiserem de verdade... temos que aprender os dois lados....todas nós...já fazemos isso na vida... Eu já fiz isso na dança, e posso dizer... esse pensamento é libertador....

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